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'O grande desafio da criatura humana é a própria criatura humana'

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Ser feliz é algo que o ser humano procura incessantemente desde o momento que toma consciência de si mesmo. O grande problema é que, prepondera na Terra uma falsa ideia do que seja, verdadeiramente, felicidade. A felicidade, a verdadeira, não é, em absoluto, a satisfação das carências estimuladas pelas ilusões e os prazeres fabricados pelo mundo moderno. Quantos de nós não nos vangloriamos da nossa beleza física, da nossa riqueza material ou da nossa posição social? Quem pensa assim, não se apercebe que tudo isso não passa de fugazes momentos que o sopro da realidade é capaz de varrer em questões de segundos.

A beleza desaparece perante o tempo ou não resiste a uma doença silenciosa que chega de forma inesperada, a riqueza, por sua vez, infiel como ela só, pode trocar de mão a qualquer momento. E a posição social? A posição social é um castelo construído na areia por um engenheiro chamado orgulho. Dizem que a felicidade não é deste mundo, premissa com a qual concordo, mas, com certeza, começa aqui. Cabe a nós, seres inteligentes, descobrir na Terra a razão fundamental da nossa existência.

A felicidade verdadeira não está em tentar descobrir o que nos faz feliz por fora, aos olhos dos outros, pois que ela é um estado de satisfação interior. Eu sei que a maioria talvez discorde dessa premissa, o que é muito natural, pois que no estágio em que estamos, espiritualmente falando, a materialidade nos engole. Temos uma dificuldade imensa em conseguir entender o nosso mundo interior. Hoje, graças à tecnologia, conseguimos nos comunicar, instantaneamente, com as mais longínquas distâncias e nas mais variadas línguas e, no entanto, por mais paradoxal que possa parecer, não conseguimos decifrar as mensagens do nosso próprio mundo emocional.

Engana-se quem acha que é feliz quem possui e infeliz quem deixa de possuir, mas sim pela forma como possui ou como encara a falta da posse e isso a filosofia espírita não somente nos ensina como nos explicita de forma clara. Por falar em filosofia espírita já me perguntaram se o espiritismo trouxe uma nova fórmula para a felicidade. E a resposta é um sonoro "não" na medida em que não trouxe nenhuma fórmula inédita, mas nos trouxe, isto sim, uma nova visão para entendermos a razão pela qual somos infelizes. A infelicidade, aliás, e os sofrimentos humanos são enigmas para a maioria das religiões que insistem em dizer que, apesar dos sofrimentos humanos (que nos tornam infelizes), fomos criados para a felicidade. Pois, então cabe a nós, seres racionais e inteligentes, a maior obra da criação, descobrirmos o motivo da nossa existência através de uma simples pergunta: será que estamos aqui para curtirmos a vida de forma banal e imoral, ou será que existe um outro motivo? E exatamente nesse contexto de incongruência que o espiritismo vem lançar através de conceitos simples, mas lógicos, uma luz determinante no deserto do conhecimento humano sobre a questão da felicidade e dos sofrimentos humanos.

A propósito e já que o nosso assunto é felicidade, Ermance Dufaux, Editora Dufaux, no seu livro, simplesmente maravilhoso, "Mereça ser Feliz", diz o seguinte: "Ter respostas simples para coisas complicadas é a grande virtude do homem inteligente na Terra, porque somente vibrando no espírito da simplicidade é que será capaz de tornar o saber uma alavanca propulsora nos rumos da felicidade e da libertação". Pois, a felicidade é simples de entender, mas não com os olhos da materialidade e sim com os olhos do espírito.

Uma das grandes causas da infelicidade pode ser encontrada na ausência de preparo para lidarmos com as perdas, pois que, desde criança e de forma homeopática, somos educados e preparados para sermos vitoriosos em tudo sem nos darmos conta de que as nossas grandes vitórias, muitas vezes, se dão através do aprendizado que nos trazem as grandes derrotas, pois que é através dos momentos de ausência de felicidade que o espírito encarnado fruto das constantes transformações por fora, aprimora-se e se engrandece por dentro. Por isso que, enquanto não aprendermos a lidar com as frustrações que fazem parte do currículo da vida, o nosso grande inimigo não será outro senão nós mesmos, tal qual disse com muita sabedoria Divaldo Franco: "O grande desafio da criatura humana é a própria criatura humana".

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